Oasis - Champagne Supernova
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Deixo tudo assim
Não me importo em ver a idade em mim,
Ouço o que convém
Eu gosto é do gasto.
Sei do incômodo e ela tem razão
Quando vem dizer, que eu preciso sim
De todo o cuidado
E se eu fosse o primeiro a voltar
Pra mudar o que eu fiz,
Quem então agora eu seria?
Ahh, tanto faz
Que o que não foi não é
Eu sei que ainda vou voltar...
Mas eu quem será?
Deixo tudo assim,
Não me acanho em ver
Vaidade em mim
Eu digo o que condiz.
Eu gosto é do estrago.
Sei do escândalo
E eles têm razão
Quando vêm dizer
Que eu não sei medir
Nem tempo e nem medo
E se eu for
O primeiro a prever
E poder desistir
Do que for dar errado?
Ahhh
Ora, se não sou eu
Quem mais vai decidir
O que é bom pra mim?
Dispenso a previsão!
Ah, se o que eu sou
É também o que eu escolhi ser
Aceito a condição
(Tem gente que não entende
Que o macho, quando é bem macho,
Nem que o mundo venha abaixo
Não dispara e não se rende
Essa é a gente que se ofende
Com o meu ar de liberdade
E por inveja, e maldade
Das suas mentes macabra
Batizam de boca braba
Quem tem personalidade)
Me chamam de boca braba
Não sabem me analisar
De gênio eu sou uma cachaça
Mas de alma um guaraná
Só não me péla com a unha
Quem pretende me pelar
E depois que eu fico brabo
Não adianta me adular
(Eu sei que é em mim que deságua
Quase que cento por cento
De todo o ressentimento
Dessa gente que tem mágoa
É porque eu não bebo água
Nas orelhas dessa gente
Que adoram mostrar os dentes
E por não terem fé no taco
Vivem grudado no saco
Dos ricos e influentes)
Me chamam de boca braba
Mas eu nem brabo não fico
Não desfaço quem é pobre
Nem adulo quem é rico
Quando eu gosto, eu elogio
Quando eu não gosto, eu critico
E onde tem galo cantando
Eu vou lá e quebro-lhe o bico
(O meu jeito?
Ah, o meu jeito, conforme tenho dito
Pra uns é muito bonito
Pra outros é meu defeito
Mas talvez seja o meu jeito
Que me troque de invernada
Cada um tem sua estrada
Seu lugar, seu parador
A abelha gosta da flor
A sarna, da cachorrada)